terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Esperem até ver o meu sorriso...

Sabe quando tudo ao seu redor parece estar fluindo em direção oposta aos seus interesses? Como se nada que está em construção fosse ter influência alguma na sua felicidade!
As pessoas que você cruza nas ruas só prestam para te fazer alguma pergunta inconveniente ou comentário desnecessário. Os jornais, músicas e amigos não lhe trazem novidades, e pra você, mais uma vez, tudo virou um enorme whatever.

Já sentiu aquela vontade de tremer as sobrancelhas, encher os olhos de lágrimas e começar a chorar fazendo cara feia de boca aberta, gritando: "eu quero a minha mãe"? É assim que eu me sinto. Patético e infantil aos 22 anos de idade.
Será que eu não aprendi nada nessa mini-trajetória de vida? Quantos desapontamentos mais eu consigo suportar?
Os preparativos de fim de ano me encheram de esperanças, e eu achei que estava preparando alguma coisa boa na cozinha do meu coração. Escolhi os ingredientes com cuidado, lavei todas as impurezas dos meus sentimentos, e temperei com todo o cuidado e receio que alguma coisa saísse errada.
Não sei ao certo se devido a mistura ser muito heterogêna, alguma coisa desandou. O bolo não cresceu. A massa que foi levada antes do tempo num forno muito quente, queimou tão rápido que ficou fria e insensível. E as migalhas do amor que sobrou, não podem ser oferecidas à outra pessoa, elas não matariam a fome de ninguém. Por isso estou jogando tudo no lixo!
Os dias que seguem não são fáceis... Aquele aperto no peito que eu jurei que não sentiria tão cedo já começou eu chorei por uma semana.
Eu consegui o que poucas pessoas conseguem.
Cheguei ao meu limite, esgotei minha paciência e esperança e agora ando cético e apático de tristeza em plenas festas de fim de ano.

Mas pior do que o não, é a agonia do "talvez".
Eu prefiro a negativa factual que fecha todas as portas, puxa o seu tapete, mas te coloca os pés no chão.
Dizem que sou muito pessimista ultimamente. E não era pra ser? Até porque ser otimista nunca me levou muito longe... Mas pensando bem, esse caminho também não me faz menos infeliz. É difícil de assumir quando se deixa machucar mais uma vez. Porém enumerar seus defeitos não apagarão nunca os bons momentos que tivemos, Não é odiando que me tornarei amado e menosprezar Itararé não faz de São Paulo New York!
Então, se por algum motivo, dessa vez eu fizesse diferente? ... E se contrariando todas as possibilidades, eu simplesmente levantasse a cabeça e deixasse ele partir de uma vez!?
Chorar um pouco pelas coisas que eu não vivi não é nada perto do que eu vou chorar de alegria com as coisas que eu mereço viver.
Passar por tudo isso, sem os desabafos cheios de veneno, sem as críticas à mim mesmo e sem todo o deboche magoado que eu faço vai ser bem melhor!
Aceitar os fatos sem revoluções cardíacas nem dores de cabeça. Sem ressacas, sem tumores. Fazer isso de uma maneira que todos descansem em paz: O defunto e o viúvo.
Assim tenho certeza que vou sorrir mais rápido, assim que alguma coisa realmente engraçada acontecer.
...

4 comentários:

Rodrigo Ramos disse...

"Um pouco de caldo de galinha não faz mal a ninguém!"

Unknown disse...

Adorei seu blog Rafa, vc consegue colocar as palavras em perfeita sincronia. By Amanda Novaes

vidaempauta disse...

Adorei o texto...ácido e realista...embora não pareça, esperançoso também.Ainda vamos rir muito...pode ter certeza...

Um Ser que Deus disse: Desce e ArraaaZa Melbem!!! disse...

Adorei Rafa....vc eh simplesmente um LUXO...rs