terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Esperem até ver o meu sorriso...

Sabe quando tudo ao seu redor parece estar fluindo em direção oposta aos seus interesses? Como se nada que está em construção fosse ter influência alguma na sua felicidade!
As pessoas que você cruza nas ruas só prestam para te fazer alguma pergunta inconveniente ou comentário desnecessário. Os jornais, músicas e amigos não lhe trazem novidades, e pra você, mais uma vez, tudo virou um enorme whatever.

Já sentiu aquela vontade de tremer as sobrancelhas, encher os olhos de lágrimas e começar a chorar fazendo cara feia de boca aberta, gritando: "eu quero a minha mãe"? É assim que eu me sinto. Patético e infantil aos 22 anos de idade.
Será que eu não aprendi nada nessa mini-trajetória de vida? Quantos desapontamentos mais eu consigo suportar?
Os preparativos de fim de ano me encheram de esperanças, e eu achei que estava preparando alguma coisa boa na cozinha do meu coração. Escolhi os ingredientes com cuidado, lavei todas as impurezas dos meus sentimentos, e temperei com todo o cuidado e receio que alguma coisa saísse errada.
Não sei ao certo se devido a mistura ser muito heterogêna, alguma coisa desandou. O bolo não cresceu. A massa que foi levada antes do tempo num forno muito quente, queimou tão rápido que ficou fria e insensível. E as migalhas do amor que sobrou, não podem ser oferecidas à outra pessoa, elas não matariam a fome de ninguém. Por isso estou jogando tudo no lixo!
Os dias que seguem não são fáceis... Aquele aperto no peito que eu jurei que não sentiria tão cedo já começou eu chorei por uma semana.
Eu consegui o que poucas pessoas conseguem.
Cheguei ao meu limite, esgotei minha paciência e esperança e agora ando cético e apático de tristeza em plenas festas de fim de ano.

Mas pior do que o não, é a agonia do "talvez".
Eu prefiro a negativa factual que fecha todas as portas, puxa o seu tapete, mas te coloca os pés no chão.
Dizem que sou muito pessimista ultimamente. E não era pra ser? Até porque ser otimista nunca me levou muito longe... Mas pensando bem, esse caminho também não me faz menos infeliz. É difícil de assumir quando se deixa machucar mais uma vez. Porém enumerar seus defeitos não apagarão nunca os bons momentos que tivemos, Não é odiando que me tornarei amado e menosprezar Itararé não faz de São Paulo New York!
Então, se por algum motivo, dessa vez eu fizesse diferente? ... E se contrariando todas as possibilidades, eu simplesmente levantasse a cabeça e deixasse ele partir de uma vez!?
Chorar um pouco pelas coisas que eu não vivi não é nada perto do que eu vou chorar de alegria com as coisas que eu mereço viver.
Passar por tudo isso, sem os desabafos cheios de veneno, sem as críticas à mim mesmo e sem todo o deboche magoado que eu faço vai ser bem melhor!
Aceitar os fatos sem revoluções cardíacas nem dores de cabeça. Sem ressacas, sem tumores. Fazer isso de uma maneira que todos descansem em paz: O defunto e o viúvo.
Assim tenho certeza que vou sorrir mais rápido, assim que alguma coisa realmente engraçada acontecer.
...

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Amargo Feito Cereja

Sabe quando o simples fato da sua depiladora não ter um horário pra te atender parece um ataque pessoal? Pois é exatamente assim que estou me sentindo! O fato dos pêlos crescerem então me irrita mais ainda!
As pessoas que perguntam se eu estou bem, simplesmente por perguntar também me tiram do sério... E aquelas que não perguntam nada porque realmente não se importam, me deixa pior ainda!
Acordo sonolento esbarrando em coisas que teimam em cair no meu caminho. Saio pisando nos tênis que eu arranco sem desatar os nós dos cadarços, nesse momento eu juro para mim mesmo que jamais farei isso de novo, mas a promessa é tão falsa quanto a impressão que eu tenho que estou emagrecendo!
Dentro do banheiro, eu resolvo que não vou fazer a barba, afinal de contas, posso cortar o meu rosto e depois ter que ouvir aquelas piadinhas: "Dormiu com o Wolverine?" ¬¬
Quem me dera! Se tivesse dormido com o Wolverine, teria acordado bem melhor, seu filho da puta!
Odeio quando o chuveiro ainda não está regulado e respinga água gelada em mim! E quando o shampoo cai no chão então?! Nossa, aquele barulho de plástico quicando no azuleijo me tira do sério... É esse o momento que eu sei que o meu dia vai ser uma bosta!
Volto para o meu quarto e visto roupas que não me caem bem, escuto a buzina que me lembra meu atraso, saio apressado, provavelmente esquecendo alguma coisa que deveria ter levado comigo.
As pessoas parecem estar muito felizes, sorrindo umas para as outras e dando 'bom dia' para qualquer um! Não é possível que todo mundo tenha transado na noite anterior, afinal está todo mundo com esse mal humor maldito... É quando eu me lembro de outras duas questões importantíssimas e determinantes para o meu mal humor: Meu namorado e eu não transamos o quanto eu gostaria; e eu esqueci meu óculos de sol.
Ouço colegas dizerem que estou aparentemente cansado e pareço abatido, penso em uma resposta mas me calo porque não quero despertar ainda.
Já no trabalho, o simples fato do telefone tocar enquanto eu ainda estou morrendo de sono, arrepia todos os pêlos (que não param de crescer!) ao longo do meu corpo, e uma onda magnética de irritação desce pela minha coluna, fazendo com que eu me emocione por qualquer besteira que possa de alguma dorma piorar o dia que mal começou.
Conforme as horas vão passando, vou relaxando um pouco e começo a pensar nos problemas que estão me incomodando ultimamente: Dinheiro, discussões sobre trabalhos na faculdade, o fato de não ter tempo para ver a minha novela alienadora favorita, o sol da Nigéria que está lá fora (e eu cada dia mais peludo e sem óculos) e o fato do meu namorado não ter mandado uma mensagem sequer (na verdade ele nunca faria isso às 6h30, mas lembrar disso, naquele momento. é pior ainda)!
O almoço provavelmente terá algo que eu não gosto, e minha mãe vai me ligar durante o dia dizendo coisas que eu não quero ouvir.
Estou exausto de negativismo e se pudesse dava a minha preguiça para outra pessoa carregar. Recebo convites que não posso aceitar e responsabilidades que não tenho como recusar...
Tomo chuva, tomando gelado, fumando e gripado e nada acontece, porque trabalho no dia seguinte, mas se fosse um dia antes de ir para minha balada favorita, acordaria com uma H1N1 evoluída, e teria que ouvir as pessoas dizendo: "Isso que dá ficar saindo pra essas baladas aí" ¬¬
...

Quando começo a levantar meu astral bato o meu cotovelo em alguma quina e me lembro da saudades que tenho da minha melhor amiga. Odeio o fato de ela namorar alguém que eu não gosto... PS: Lembrar de fazer um vodu da namorada dela.
Meu download foi interrompido, meu grupo tomou providências sem me consultar, meus pais brigaram e a minha unha está doendo por que cortei demais... Têm dias que simplesmente não são feitos para darem certo.
Quero assistir vários filmes no cinema, mas estou tão cansado que provavelmente dormiria na sala, e acordaria me odiando ainda mais, por não ter conseguido ficar acordado!
Consulto minhas notas e faltas na internet, e é claro que vou ter que reclamar com um professor porque alguma coisa foi lançada errado!
Recebo então uma mensagem de texto que pode salvar o meu dia, me tirar daquele mar de tédio e desilusão. Alguém lembrou de mim... Alguém vai me puxar para o topo nessa fatídica tarde ingrata e preguiçosa; então muito esparançoso eu leio: "Infeliz cliente, sinto informar que somos nós da CLARO, e não o seu namorado! PS: e o seu saldo é de 17 centavos."

Chorei largado!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Maço de Meninos

Um após o outro... Alinhados por ordem de desimportância numa sequência de 20 pequenos meios de perder a minha juventude e a minha saúde; mas o viciado não percebe.

Ascendi para cada uma dessas paixões um fogo baixo para queimar em 5 minutos um pouco da minha auto-estima.
Alguns apagaram tão rápido que, não satisfeito, queimo o próximo logo em seguida pra preencher a lacuna que o anterior deixou. Os que vem depois são igualmente desinteressantes, mas eu os ascendo mesmo assim.

A fumaça entra no meu corpo, mas não sai!
Percorre a minha corrente sanguínea, envenena minhas boas maneiras e vai direto pro meu coração onde se transforma em banha e mágoa; entupindo assim as minhas veias e prejudicando mais as minhas funções vitais d0 meu organismo do que um maço de Marlboro Light.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Nervo EXposto

Se perdoar significa simplesmente esquecer tudo o que você me fez para que você possa me cumprimentar sem constrangimentos toda vez que nos encontrarmos, eu realmente não perdôo mesmo! Não é minha obrigação aliviar a sua consciência pesada e suja!
Faço questão que você lembre do que fez comigo cada vez que me vir por aí! Esse constrangimento é o mínimo que eu mereço por tudo que passei e senti por sua causa.
Sei que guardar mágoas é como tomar um copo de veneno e esperar que a outra pessoa morra, mas na minha situação, não tomar esse veneno é pior que o próprio envenenamento!
...
Odeio a frequência que te encontro casualmente nos lugares, e o cinismo que você me apresenta como um "amigo" toda vez pra alguém. Eu não sou seu amigo... E se fosse, você provavelmente me abandonaria quando eu mais precisasse! Eu prefiro que você simplesmente passe reto se me vir em algum lugar, atravessa a rua, vira a esquina... Mas não venha sorrindo na minha direção! Você é contra-mão, porta fechada, rua sem saída... E eu, inseguro, e ressentido como uma criança geniosa que faz manha quando lhe tiram o seu brinquedo favorito, tremo de medo cada vez que te encontro.

Eu não te desejo o mal, mas não acharia nada mal se simplesmente cancelassem suas férias, por exemplo. Se de repente você ficasse trancado para fora de casa em uma noite muito fria; ou ainda fizesse um péssimo negócio na compra de um imóvel!
A única coisa que eu realmente desejo de coração é que ele faça com você exatamente o mesmo que você fez comigo. Que ele corte as suas asas, no exato instante que você estiver curtindo o vôo de olhos fechados, sobrevoando o desconhecido!
E quando você cair, perdido e pedindo informação pra estranhos na rua, todos eles vão ter o meu rosto. Seus namorados terão o meu gosto, e o seu coração vai sangrar como o meu sangrou, na frente de todo mundo!
O nervo que foi exposto, depois do seu sofrimento, nos tornará perfeitos um para o outro, ainda que tarde demais.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Desconstruindo os contos de fadas

Essas são as histórias que nos contam quando somos crianças sobre a vida e o amor... Como se fosse necessário acreditar numa felicidade mágica dos contos de fadas para se conformar com um final bem infeliz no futuro, e esperar um príncipe que sempre demora pra chegar.

A chapeuzinho vermelho se perdeu no caminho da casa da vovozinha, comeu todos os doces da cesta sozinha, e agora anda perdida nas trilhas de uma floresta perigosa e cheia de edifícios comerciais que não lhe dão uma oportunidade de emprego. Já foi comida por todos os lobos da floresta e foge do caçador... Ela já não acredita que ainda possa ou mereça ser salva.
É como experimentar vários sapatinhos de cristal que nunca vão servir... Por mais que a Cinderela se esforce, dê tudo de si em todas as posições desconfortáveis, troque de sexo e se contorça de dor, ele simplesmente não serve porque ela calça 39!

Espelho, espelho meu... Existe alguém mais infeliz do que eu?
A Branca de Neve usa sutiã PP e não pode colocar silicone! Não ficaria bem pra uma princesa.
Ela lava, passa e cozinha... Afinal, o que mais se pode fazer quando se adota 7 filhos anões?
O príncipe encantado ficou entediado porque a bela adormecida dorme demais... Ela dá plantões diários de 12 horas em alguma maternidade, e tem outros dois empregos. Logo logo vai se interessar por algum cara menos encantado que realmente a compreenda.

A pequena sereia sente saudades do mar, eu sei que no fundo, ela pensa em voltar qualquer dia... Uma decisão definitiva de sair de casa por um homem que poderia não valer a pena, hoje já me parece um pouco precipitada. Só que voltar atrás, já não é possível porque desaprendeu a respirar embaixo da água e tem duas pernas, que estão bem abertas pra alguém que não lhe agrada mais. Às vezes sei que ela pensa em partir para sempre daqui, tentando voltar para o fundo do mar... Mas logo muda de idéia, pois está muito ocupada repreendendo sua filha de 15 anos porque a menina é lésbica.
A Bela descobriu que as aparências realmente enganam porque seu príncipe, agora em sua forma humana demonstra que o verdadeiro monstro é o homem.
É o ser humano que não sabe da onde veio e para onde vai. Os animais parecem conviver muito melhor, agindo sempre por instinto... E a partir do momento que ele se tornou "uma pessoa" como qualquer outra perdeu o brilho no olhar e a ternura que fizeram com que ela se apaixonasse.
Eu tomei um chá com Alice um dia desses e ela me pareceu bem feliz durante toda a nossa conversa. Falamos sobre Futebol, política e religião... Mas quando eu sai, ela continuou conversando com as suas xícaras, sozinha, numa mesa cheia de lugares vazios.
Eu nunca quis ser como o Peter Pan... Porque aquele que nunca cresce, nunca será levado à sério!
Assim como o Pinóquio, eu sempre quis ser um menino de verdade mas fui forçado a me tornar um homem de verdade e ter responsabilidades de verdade antes do tempo. O menino ficou perdido em algum lugar da minha mente brincando numa piscina de bolinhas coloridas, se divertindo com outros meninos com orelhas de burro.
A fada madrinha já não aparece mais, a não ser que haja alguma menina muito desesperada precisando de mais um aborto depois do baile funk.

Desconstruir essas histórias me faz acreditar que todas essas figuras femininas não podem ter tido um final realmente feliz... Sempre fica alguma coisa, alguma mágoa, alguma dúvida ou dívida que você se lembra sempre quando vai deitar sozinho ou ao lado de alguém que você mal conhece.
Eu adoro as mulheres, minhas amigas são todas princesas em busca de seus finais felizes, e elas vão ter... São biologicamente programadas para seduzir príncipes com seus encantos, propostas indecentes e ter filhos.
Mas e quanto à mim? Não tenho a meu favor um pai rei e orgulhoso que vai me entregar no altar para o príncipe encantado que pode nem aparecer!
Conheço meninos que estão até hoje na torre mais alta esperando ser resgatados por alguém que se destaque entre a sociedade hipócrita, que na verdade está lá embaixo esperando que ele pule. Alguns até começaram a escalar a torre, mas desistiram porque era muito difícil...
Briguei com a minha consciência quando mostrei para minha mãe que a minha vida não necessariamente seguiria pela estrada dos tijolos amarelos...
Nunca ouvi uma história sobre algum príncipe que tenha se apaixonado por outro príncipe e conseguido ser feliz para sempre... O pra sempre, sempre acaba antes da meia-noite porque o metrô deve parar e o show continuar.
É muito fácil dizer "não há lugar como o nosso lar" quando não se vive num inferno!
Ouvi dizer que vão criar a primeira a princesa negra no cinema, mas o príncipe é loiro de olhos azuis e provavelmente faz academia 7 vezes por semana.
Príncipes são príncipes, sapos são sapos. Sempre foi assim, e nada vai mudar isso.
(...)

Mas é assim que acontece nos contos de fadas... Homens conhecem mulheres e se casam na igreja. Mas não é assim que vai acontecer comigo, e eu fico puto quando mentem pra mim!
Porque meninos conhecem meninos e um deles sempre foge... Ou garotas conhecem garotas que tem medo de ficar um pouco mais.
Acabamos todos em casa, sozinhos, assistindo "Sex and the City" e nunca vivemos felizes para sempre.
A partir de hoje vou contar as histórias à minha maneira, e esperar, sempre esperar, por um final um pouco mais feliz.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Um Tico de alegria

O nome do seu cachorro é um dos meus filmes favoritos, e provavelmente os seus filmes favoritos estão entre os meus também.
Mitologia, Alanis, Tim Burton, Capital... Tudo em meio a sorrisos tímidos, friozinhos na barriga e vontade de ficar ali.
Já temos inclusive os espaços entre os beijos que vamos dar, e dá até pra comemorar aniversário juntos!

Acorda cedo, deita tarde e dorme pouco que nem eu.
Veio com gosto de chocolate branco e um pouco meio amargo pra não adoçar demais.
Disse que pode aprender a cozinhar de tudo, mesmo que eu não coma de nada.
Mensagens de textos, desenhos abstratos e cheios de significado... Até quando você pretendia ficar longe?

Difícil alguém me surpreender positivamente hoje em dia, principalmente quando estou gripado em casa.
Meu resfriado não vai demorar muito pra ir embora... Mas o cara que chegou ontem pode ficar o tempo que quiser.

=)

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O Cara que Ainda Não Chegou

?
...Todo mundo quer alguém especial pra si, então seja especial para alguém...

O cara que ainda não chegou não é necessariamente bonito. Creio que ele tem outros atrativos que chamam mais a atenção quando se está de olhos fechados.
Não sei se ele tem o nome comum que nem o meu, se vai ser bíblico ou estrangeiro. Pode ser composto ou monossílabo... O importante é que ele tenha orgulho do sobrenome que vem depois.
Vou gostar de qualquer nome, mas por favor, seja Fernando!

Ele não precisa gostar das mesmas coisas que eu; não espero que ele lembre todas as datas sozinho, e nem que seja completamente auto-suficiente.
Quero que ele faça parte da minha vida e faça algo de útil com a dele. Sei que todos têm maus hábitos, mas espero que os dele sejam no máximo preguiça matinal ou falar de boca cheia. Que seja viciado em sexo, não em drogas.
Não quero muitas ligações não atendidas e não justificadas. Espero ouvir “me desculpe” o menor número de vezes possível, não quero ter que desculpar.
E por favor fique na minha cabeça sem me enlouquecer, não atrapalhe a minha rotina, mas faça parte dela.

O cara que ainda não chegou vai saber quais são os meus filmes favoritos para poder alugá-los quando eu ficar doente e não puder sair no sábado à noite.
Não preciso de alguém que esteja sempre de bom humor. Quero poder melhorar o seu dia de alguma forma que não te invada a privacidade, mas que provoque um sorriso sincero
Se eu tiver ciúmes diga olhando nos meus olhos que eu sou o cara mais bonito do mundo.
Ele vai gostar dos meus amigos porque vai entender o quanto eles são importante pra mim.
Quero sentir arrepios quando ele beijar meu pescoço e frio na barriga quando ele aparecer sorrindo e correndo atrasado no nosso encontro rápido no meio da semana.
Vou saber ouvir os seus problemas, respeitar suas frescuras e posso até passar um trote para o seu chefe algum dia que você não esteja a fim de trabalhar. Quero reconhecer e lembrar com saudades do seu cheiro durante o dia. Mas não do seu perfume, que todo mundo pode sentir, estou falando do cheiro que eu sinto quanto durmo e acordo encostado no seu corpo.

Vou conhecer as suas experiências, respeitar sua história e aprender com você.
Quero misturar seus cd’s com os meus, enrolar suas pernas nas minhas e ter mensagens suas no meu celular. Posso até mudar minha operadora, assim que você chegar. (mas se for CLARO, vou adorar). Quero bagunçar seus cabelos também...
Você deve ser divertido e fazer de tudo para me agradar... Posso ficar te beijando por horas, e quando abrirmos os olhos vamos sempre ter a sensação de que nem lembramos onde estávamos antes do beijo.
Vou conseguir entender sua letra e te ajudar nos trabalhos da faculdade.
Quando eu te vir escovando os dentes tentando falar ao mesmo tempo, e achar isso lindo, vou saber que estou realmente apaixonado por você; enquanto você me pergunta com uma carinha de sono: “O que você está olhando?”

O cara que ainda não chegou é teimoso que como eu, por isso vamos ter assunto nas filas dos lugares.
Seus olhos podem ser claros ou escuros desde que estejam sempre voltados para mim.
Espero que ele se acostume com o fato de eu não conseguir dormir com muitas roupas, e se aproveite muito disso.
Quero poder bagunçar seu cabelo a hora que eu quiser.
Se você jogar futebol, eu vou estar na arquibancada tomando cerveja prestando atenção se você não se esborracha no chão.
Se você for ator, vou tentar estar presentes em todas as suas estréias.
Se você fizer administração eu vou achar uó, mas ou te querer do mesmo jeito!
Mas se um dia você quiser ir embora eu não garanto que vou conseguir entender, espero que você entenda.
(...)

O cara que ainda não chegou pode na verdade nem chegar. Mas isso não vai diminuir em nada a importância que ele já tem pra mim.

Taz

Hoje eu acordei disposto a resolver grandes enigmas, assuntos pendentes e se sobrar tempo arrumar o meu quarto.
Meu despertador toca às 6h00, eu levantei pontualmente às 09h45; exausto de preguiça. Odeio a vontade matinal que eu sinto de ligar o computador antes mesmo de fazer xixi.
Me arrasto para o banheiro, evitando o espelho do corredor enquanto o meu Windows XP é carregado; aliás o que é “XP”? Tenho certeza que o meu irmão deve saber...
No banho além de boas punhetas, eu costumo ter boas idéias. Penso nas coisas que preciso fazer ao longo do dia, e também naquelas que vou deixar para o dia seguinte.
Em um determinado momento eu me lembro do que realmente está me tirando o sono aqueles dias, e só então, eu acordo realmente e paro de fazer as coisas por inércia.
A medida que eu enxáguo a minha cabeça fico pensando no quão ingênuo eu consigo ser. E quanto mais eu esfrego os meus cabelos, mais eu fico indignado com o descaso do governo brasileiro e do filho da puta que eu transei ontem.
(...)

Ainda consigo ouvir meus gemidos de prazer à medida que ele entrava na minha vida pela porta dos fundos. As músicas erradas estavam previamente selecionadas desde o dia que eu te passei o meu endereço; elas tocaram uma atrás da outra enquanto atrás de mim você me tocava também.
Eu sei exatamente o que me atrai em você... É que você finge que eu estou no comando e por isso me deixa falar as coisas que jamais deveria dizer enquanto a sua língua safada e mentirosa percorre as minhas costas na posição perfeita pra você penetrar me enganando.
O problema é que você não era o único que me enganava naquela minúscula cama de solteiro carente. Eu era o primeiro a me sabotar em tudo que eu aprendi e deveria usar contra caras como você.
Foi então que eu comecei a perder o controle e caras como você nunca perdem o controle. Sabem exatamente o que estão fazendo. Sabem onde e em quem pisam.
Eu quis representar tanto pra você no período mínimo de duas horas que acabei representando o papel ridículo da exagerada fragilidade feminina que teima em se manifestar toda vez que você puxava os meus cabelos com força e se encaixando entre as minhas pernas daquela maneira invasiva e arrogante.
Gozamos embaixo de estrelas de mentira, aliás, tudo naquele quarto era de mentira. Eu acendi as luzes rápido demais! Seus olhos não estavam acostumados com as imperfeições do meu corpo... Então o seu corpo satisfeito se vestia rapidamente, agora cheio de horários e desculpas. E o pior é o nível das desculpas, tipo aquela da vovó no hospital ou que tinha esquecido o feijão no fogo. Enfim eu sorri me fingindo de bobo.
Quando eu quase desconfiava que você não ia sequer me ligar, você me deu um chocolate que você provavelmente comprou no ônibus daqueles ambulantes; e esse foi o único momento que você me surpreendeu, quando demonstrou algum carinho. Porque durante todo o restante do tempo você se comportou exatamente como todos os outros.
Eu sabia que você vinha e só entrou porque eu permiti. Na verdade a situação esteve sob o meu controle todo o tempo... Mas ainda assim, não dependia de mim que você voltasse, mas voltou. Apareceu uma segunda vez devorando tudo que via pela frente e bagunçando um pouco a minha vida e a minha cabeça. Mentiu e ciscou mais um pouquinho pra ir embora da mesma forma.

Eu não quero nem preciso de um furacão que passa de vez em quando desarrumando a minha cama. Prefiro uma brisa um pouco mais leve, não menos intensa, mas que não me carregue, e sim me refresque.

No final das contas, ele não conseguiu me arrastar para o inferno, “eu não iria tão longe”. Mas me deixou um pouco perdido em sensações que eu já não preciso mais sentir. Por isso por enquanto minha janela permanece fechada, pelo menos até eu arrumar todas as coisas que você derrubou quando passou por aqui correndo que nem o Taz, fugindo de si mesmo.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Quarto 13

Não há nada pior do que uma noite mal dormida, ou mal fudida.
No quarto de hotel, pago por mim, estavam duas pessoas que não tinham nada em comum, além do desejo sexual explícito e o desejo amoroso frustrado.
Após um ritual barato de tirar as roupas um do outro, sem disfarçar o desagrado com o que era revelado, eu só conseguia pensar no livro que estava estrategicamente guardado na minha mochila, cujo qual eu iria recorrer a qualquer momento.
O corpo suado de quem se esforçava para tentar valer a pena, não me agradava também, e eu gozei rápido para que ele saísse logo de cima e de dentro de mim.
Se houvesse uma maneira de um homem fingir um orgasmo com outro homem, esse seria o momento que eu o faria.
Assim que abri os olhos, e me vi refletido ali, vulnerável e submisso no quarto 13, eu quis desaparecer.
Preferia arrancar o meu braço ao despertar o infeliz ser humano que ali repousava, orgulhoso e exausto de um sexo muito do sem vergonha. ¬¬
O número 13 definitivamente traz azar !

Pior do que os palavrões que ele não falou, foi tentar forçar uma initmidade que nunca existiu.
"Vamos tomar banho, bebê ?" - Aquilo foi como uma facada no meu estõmago ! Eu não podia acreditar que havia dito isso. E o pior foi como ele disse, forçando uma entonação infantil na voz.
Se os seres humanos habitassem algum outro planeta X, onde fosse permitido se teletransportar uma única vez na vida, de qualquer lugar do mundo, para a sua casa, esse seria o momento que eu utilizaria esse artifício.
Sem jeito nenhum, ele se levantou e calçou aqueles chinelos horríveis de motel. Sabe aqueles que nem o Brad Pitt ficaria bem? E me chamou de bebê mais uma vez.
Indignado com a falta de bom senso daquele animal, eu fui na frente e liguei o chuveiro. - Sim, eu aprendi a ligar os chuveiros.

A banheira era grande demais para duas pessoas tão distantes e o sabonete pequeno demais para dois corpos tão nus.
Ali estava exposta toda fragilidade do ser humano, toda a sua carência e desespero escorrendo com o suor de uma foda muito sem graça; mais xoxa que o último capítulo da novela !
Houve um momento que ele quis me ensaboar, mas eu fiquei tão incomodado, que ele imediatamente parou. Enfim um pouco de bom senso!
Assim que se retirou da banheira, se enxugou e calçou mais uma vez aqueles malditos chinelos, eu imediatamente dei início ao meu verdadeiro banho. Tirando do meu corpo o que tinha sobrado dele.
Ao voltar para o quarto enrolado na toalha, percebi que ele estava com os cabelos molhados, despenteados, que provavelmente não tinha escovado os dentes, e ainda por cima me olhava fixamente.
Com todos esses precedentes, não tinha como encará-lo de frente, então apaguei a luz.

Ao deitar fui imediatamente trazido para perto do seu corpo ainda molhado, num movimento bruto e sem jeito, mais rústico que o Fred Flinstone. Ficou roçando aquele pé no meu e me chamou de bebê de novo.
Dei graças a Deus quando ele finalmente adormeceu. Pelo menos o imbecil não roncava !
Me levantei, apanhei o meu livro e fui em direção ao banheiro.
Enquanto enchia rapidamente a banheira, com muito cuidado para não acordar o idiota, fiquei tentando descobrir porque odiava tanto, e sentia tanto asco, de quando ele me chamava de bebê.
Foi quando eu finalmente desvendei o enigma. Era tão óbvio, tão cruel e tão irônico.... Passou como um filme pela minha cabeça as cenas editadas e mal dirigidas do meu último relacionamento; Quando eu ficava esperando aquele otário me chamar de algum apelido carinhoso... Mas ele nunca chamava. Até que o dia que, ele sem mais sem menos me chamou de bebê, uma única vez ... Nunca mais.
Interrompendo a nostalgia dolorosa e vingativa que se instalou no meu coração; finalmente mergulhei meu corpo naquela banheira e li pelo menos 40 páginas de "Ensaio Sobre a Cegueira", e essa foi a melhor parte da minha noite.

Ao voltar pra cama, adormeci rápido. O despertador tocou às 11:00, e às 11:25 eu já estava pronto.
Enquanto ele recolhia as suas roupas pelo chão, eu recolhia na minha cabeça os pedaços da minha dignidade que haviam sobrado, e tirava alguma lição de moral disso tudo.
Fizemos uma nova rápida tentativa sexual, igualmente e frustrante. Finalmente partimos.
Ao sair de lá, já era quase meio dia, e eu não via a hora de voltar para minha casa e fazer piadas sobre o tamanho e mal desempenho do pau dele com as minhas amigas.
Ele insistiu em me deixar na porta de casa, mas aguentar o percusso inteiro com a mão direita e errada dele sobre a minha coxa esquerda era mais do que eu poderia suportar.

Desci batendo a porta com força, mas mesmo assim ele desceu o vidro, me chamou e disse: "A gente se fala, bebê !"
Concordando com a cabeça eu pensei: "Eu não sou seu bebê" - sorrindo por dentro, porque sabia que aquele encontro jamais se repetiria.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O Cachorro, o Palhaço e a Menina.

Era uma vez uma menina, um cachorro e um palhaço.
Na verdade são muitas meninas, poucos cachorros e inúmeros palhaços !
Mas vou contar a história desses três, em especial.
Dizem por aí que essa menina tem 1,82 de altura, e que é loirinha de olho azul.
Outros preferem a versão morena cheia de silicone e músculos burros.
Eu prefiro acreditar naquilo que me parece realmente verdadeiro.
Uma versão melhorada da última geração de mulheres de bem que já habitaram a Terra.
Daquelas mulheres pequenas no tamanho, mas que crescem com atitudes memoráveis e idéias dignas de um prêmio ou uma gargalhada.
Ela é de uma espécie rara que é capaz de perdoar.
Afinal, quem já teve o orgulho ferido e ajoelhou pedindo desculpas, sabe que a reverência não dói só nos joelhos.
Por falar em joelhos, os dela merecem atenção especial... Porque carregam uma estrutura mais resistente que muita fortaleza que tem por aí.

Essa menina não tem jeito pra balé, ela sabe judô e samba no pé.
Tem jeito com as pessoas, e não com panelas.
É de uma safra rara de mulheres que sabe a ocasião certa para usar saias.
Ela desfila de segunda a sexta vestida de brasileira e às vezes fantasiada de marinheira
É manhosa e bagunceira... Toma cerveja pra brindar o verão.... o outono, o inverno e a primavera.

Lamento por lamento ela fez uma coleção de medalhas de segundo lugar.
Tenho algumas dessas medalhas também, e uma vez sentamos para conversar sobre elas.
Falamos de sabores, sereias, cheiros, choros, Chaves e o amor.
Assim como ela, gostaria de entender algumas características do ser humano... Já percebeu que os cegos confiam nos cachorros que os guiam, mesmo estes sendo animais irracionais?
Por que não podemos confiar nas pessoas? Como algumas delas conseguem ter menos juízo que um animal que nem sequer pensa?
A resposta é simples.
O instinto do cachorro é companheiro, confiável e amável... o da maioria das pessoas não.
Entre os principais motivos que me fizeram escrever um ou mais textos sobre essa menina, foi não só a cumplicidade imediata que criamos, mas também o fato de ela possuir todas as qualidades que eu mais admiro em muitos cachorros e em poucos seres humanos.
Foi então que eu caminhei com a menina de mãos dadas, enquanto ela me falava das suas coisa, eu resolvi ser como o cachorro.
Ela me falou do seu pai enquanto lavava a louça, falou do seu emprego enquanto tomava banho e falou do seu amor enquanto ficou parada imóvel com os olhos fixos em um quadro bobo que ela pintou ainda criança...
Ela me contou por onde ela tem andado, e como foi quando ela parou de andar. Paralítica de emoções ela de repente voltara a vida.
. . . Num carro em alta velocidade que estava estacionado nos fundos de uma festa. Começou uma daquelas histórias que não se sai contando por aí... Despindo-se peça por peça da sua roupa de marca, ela foi indo em frente e se entregando.
Ignorando as placas de aviso: "Perigo" , ela sorria na cara do perigo, porque estava sendo amada, e quando somos amados tudo tem graça.
Se deixou tocar ao som de risadas bêbadas que vinham do lado de fora. Os vidros já estavam embaçados, assim como as suas idéias.
Aquela noite, só tocaram as músicas erradas.

Dizem que o palhaço não reaproveita a maquiagem, mesmo quando ele faz espetáculos consecutivos. Ele fica de cara limpa, antes de colocar a próxima máscara, mesmo que seja para encenar o mesmo papel.
Assim como os palhaços profissionais, a menina de peito aberto, aceitou o destino perigoso, desenhado na palma da sua pequena mão.
Vivenciou com perfeição a verdade absoluta de cada momento fascinante daquele amor eterno de verão; enquanto o palhaço amador reaproveitava toda maquiagem do seu último número.
"Olhe nos meus olhos" - disse o palhaço; e então a menina cedeu.
É fácil olhar nos olhos quando o resto do rosto está pintado. E agora a menina também está com a maquiagem borrada.

Ao ouvir essa história toda, não acreditei quando ouvi ela dizendo, que mesmo tendo passado por tudo isso ainda se sentia culpada.
O cachorro sorriu latindo e chorando dizendo que ela não tinha culpa nenhuma!
Mas a menina às vezes esquece que entende a língua dos cachorros.
Lavou o rosto, e de cara limpa, olhou pra mim e disse que estava tudo bem. Virou as costas, pôs uma música animada e saiu dançando e fazendo caretas, disse que estava indo pro trabalho...
E assim como o cachorro que é sempre companheiro, eu faço festa sempre que ela volta.